Vícios

 

Vícios

    Sempre critiquei pessoas próximas viciadas em cigarro. É de conhecimento público e notório que cigarro faz mal à saúde, e, para mim, isso basta para saber os limites de usá-lo. “Como não conseguem dosar o uso? Como conseguem ver o lado bom de algo que faz tão mal?”, eram questionamentos que eu fazia, sem entender os viciados em nicotina. Até perceber que sou uma viciada, porém em outra droga: rede social. Eu confesso, sou viciada em redes sociais, falta apenas diagnóstico de um especialista para confirmar. Aliás, será que vício em rede social já foi reconhecido como patológico pela OMS? Se ainda não foi, certamente será.

    Há tempos, vivo em uma luta constante entre excluir e restaurar facebook e instragram. Quando uso muito e começam a me fazer mal, excluo o aplicativo. Percebo que não basta e desativo. Normalmente começo desativando o instagram, que é meu maior vício. Aí percebo que fico conectada no facebook e no twitter. Aí desativo o facebook. Só não excluo o twitter porque são poucos caracteres e ainda não me considero viciada (ainda). Até que me deparo pensando nas coisas boas das redes sociais e volto. Eu penso: “bah, mas eu consigo dosar, afinal, não sou viciada”. De fato, retorno “devagar”, até que, quando percebo, estou perdida novamente.

    Parece irônico, até um deboche problematizar algo que parece tão “banal” e compará-lo com vícios verdadeiramente patológicos. Mas, particularmente, penso que não é. Estudos vêm demonstrando os danos causados pelas redes sociais. Há mecanismos específicos para nos manter viciados naquela conexão.

E agora, olhando para meu comportamento, qual a diferença do pessoal da nicotina, que eu tanto criticava? Meu cérebro sabotador lembrando da parte boa das redes sociais, não é a mesma coisa? Não conseguir controlar, sentir ansiedade por estar sem, ficar no pensamento automático de pegar o celular e dar “aquela olhadinha”, não é vício? Evidente que é, e pode ser tão nocivo quanto qualquer outro. O limite da droga, dizem, está na dosagem. E é verdade. Não sei dosar, logo, sou viciada. Especialmente em se tratando de um vício que não traz apenas benefícios (diferente de pessoas viciadas em esportes, por exemplo), ao contrário, toma um tempo que nunca mais retorna, além de muitos outros problemas.

Alguns devem estar pensando, “ah, que exagerada”... Uma amiga me disse que eu sou 8 ou 80, ou seja, não é que eu seja viciada, é que sou muito intensa no que escolho fazer. Eu achei bonito o comentário, senti-me uma pessoa focada. Até me deparar ansiosa por estar fora das redes. Percebi que de focada eu tenho pouco. Sou viciada, descontrolada, preciso ficar longe, porque não sei usar.

Estou procurando ajuda no youtube: colocar outro hábito no lugar. Estou usando tarefas domésticas, escrita terapêutica… Espero que funcione, não para que eu aprenda a usar (já vi que não consigo), mas para nunca mais voltar. Se alguém me vir nas redes sociais, por favor, que faça uma “internação compulsória” do meu celular e computador, a coisa está séria!

 

Obs.: 21/11 foi o dia que dasativei instagram. A recém hoje excluí meu twitter. Parece que faz um ano que estou sem ig kkkk. Twitter vai ser fácil viver sem, mas foi o meu "escape" do ig. Simbora viver o presente!

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